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Jorge Candeias enquanto escritor... bem... é sempre uma dificuldade que um autor sente como muito grande, esta coisa de escrever sobre si próprio. Nunca se consegue facilmente o equilíbrio certo entre ser-se auto-elogioso (coisa de que o ego gosta) e auto-depreciativo (coisa de que o ego não gosta, mas que a razão aconselha, especialmente quando reconhece a imensidão de coisas que cada um de nós, escribas, tem ainda a aprender a fim de refinar a sua arte ou tarefa). É coisa que ao fim de algum tempo se aprende a evitar.

Mas às vezes é preciso. Por exemplo, quando se pretende fazer uma página de autor para pôr na internet.

A crónica da semana

Um país com falta de um indigniódromo

Andam por aí a fazer estádios de futebol. Há planos para construir autódromos. Fez-se um oceanário em Lisboa, planeia-se outro para Sagres, o tripanário portuense ficou-se pelos planos televisivos da eixponubentaiseite. Todos os carnavais, surgem mini-sambódromos por todo o lado, como cogumelos, onde meninas lusitanamente tropicalíssimas tiritam de frio em bi ou monoquini, macaqueando-se, por uma vez na vida, brasileiras, artistas de novela, folionas em trajes menores.

Ninharias. E ninharias que, ainda por cima, nos custaram-custam-custarão os olhos da cara.

Porque aquilo de que o país precisa mesmo, aquilo que nos faz falta, aquilo que iria mexer com o nosso estado de espírito colectivo, era um indigniódromo.

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Se já olharam ali para o lado, já viram os botões. O de cima leva-vos à minha ficção, coisas que nunca existiram antes de eu as inventar e colocar em palavras. Ficção científica, acima de tudo, mas também outras facetas da literatura fantástica, que até agora só publiquei dentro desses géneros. Sim, aqui só estão coisas publicadas. Este, acho eu, não é o lugar para inéditos.

O botão que está logo a seguir leva-vos a algumas informações sobre a minha actividade enquanto jornalista. É uma página pequena, até porque despida de uma faceta particular desta actividade: as crónicas.

O terceiro esconde, sob o título pomposo de "Ensaísta", a minha actividade enquanto fazedor de artigos mais ou menos elaborados, de carácter não jornalístico (ou não muito jornalístico), sobre a ficção científica em particular e a literatura em geral. Também aqui se encontram informações sobre as minhas críticas, e mais algumas coisas. Daí a pompa e circunstância do "ensaísta": ainda tentei escrever no botão "artigos, críticas e outros textos não ficcionais e não jornalísticos", mas não coube.

Por fim, dentro de "colunista", podem ser encontradas informações sobre as minhas crónicas, que foram publicadas durante ano e meio no Região Sul e, limitadas à internet, continuam a sair no Terra Ruiva. Com o fim da minha colaboração no Região Sul, as crónicas passam para aqui, sendo publicadas todas as semanas, algures entre Domingo e quarta-feira, ali mesmo ao lado n'A Crónica da Semana. Há quem goste, outros nem tanto...

Para terminar por agora, não se esqueçam de que se alguma vez sentirem aquela pulsão pelo abismo da folha vazia, sou também editor. Ou web-editor, mais propriamente. O E-nigma está ali mesmo ao lado, de mão estendida e olhos bem abertos, em busca de talentos.

E assim acabei por evitar falar muito de mim. Óptimo!...

Jorge Candeias
A cara do escritor

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